No ultimo artigo, começamos
a contar as lendas que nos dizem um pouco da história do “Senhor de Matosinhos” que pode ser
visto no altar da Igreja Paroquial de Matosinhos.
As lendas contam que das várias imagens esculpidas por Nicodemos, que foram lançadas ao mar, por causa da violenta perseguição que por lá havia aos
cristãos na Palestina, no tempo de Jesus; uma delas veio parar ao areal de
Matosinhos.
Este grande acontecimento foi tão importante para este povo,
que a sua data foi para sempre lembrada e fixada na história desta localidade. Foi
a 3 de maio do ano de 124 que a escultura de Jesus crucificado em tamanho
natural veio dar à costa em Matosinhos, mais precisamente no Lugar do
Espinheiro.
Quando foi encontrada, o povo recolheu-a com grande cuidado,
levando-a para uma igreja, a de Bouças. Por este motivo, a referida imagem vai
ser inicialmente chamada de Bom Jesus de Bouças. Só a partir do século XVI esta
imagem terá o nome de Senhor de Matosinhos.
Mas, antes de prosseguirmos, ainda mais há a contar da imagem
de Jesus crucificado quando cá chegou a Matosinhos. A imagem não tinha um dos braços e para que a mesma fosse composta, foi
pedido aos melhores artífices daquele tempo que fizessem um braço para a
imagem.
No entanto, apesar de todos os esforços e por vários motivos, ou que
pela madeira não ser igual ou porque simplesmente não se encaixava, pois mesmo
que um novo braço lá fosse aplicado, no dia seguinte já se encontrava solto.
Por cerca de 50 anos, a imagem ficou assim, sem aceitar
qualquer novo braço que lhe fosse aplicado.
Então conta a lenda que numa manhã, uma pobre mulher que era
mãe de uma surda-muda, foi recolher lenha à praia de Matosinhos, no mesmo Lugar
do Espinheiro, onde há 50 anos tinha sido recolhida do mar, a imagem do Bom
Jesus de Bouças. Na altura de tempestade, o oceano trazia para o areal pedaços
de madeira, e a pobre mulher assim os levava à casa para acender o fogo da
cozinha.
Acendido o lume, lá se pôs a mulher a alimentar o fogo com
os gravetos que tinha trazido do areal. A dado momento, agarrou num grande
pedaço de madeira comprida e atirou-o também ao fogo. Porém, este comprido
lenho saltava para fora do lume, e por várias vezes a pobre mulher e algumas
vizinhas o tentaram também, contudo, logo o lenho saltava da lareira.
Entretanto, a
filha surda-muda que ali estava, falou que aquela madeira comprida era o braço
que faltava ao Bom Jesus de Bouças.
Perante o milagre de uma surda-muda falar, as mulheres
agarraram aquele pedaço de madeira e levaram-no à Igreja de Bouças e lá então
se certificaram que a surda-muda tinha falado a verdade.
O braço se encaixou de
imediato na escultura que desde então, nunca mais foi possível perceber qual o
braço que estivera tantos anos em falta. E depois deste dia, mais se
multiplicaram os milagres atribuídos ao Senhor de Matosinhos.
Foi no século XVI que a imagem saiu de Bouças para
Matosinhos.
Aliás, a Festa dedicada ao Senhor de Matosinhos iniciou-se
em 1732 por altura da inauguração das obras da Igreja Nova. Durou três dias e
teve lugar na segunda oitava do Espírito Santo. Teve início no domingo e
terminou na terça-feira, dia em que, segundo a tradição, apareceu a imagem.
Ainda hoje, a romaria e as festas do Senhor de Matosinhos atraem
muitos peregrinos de todas as partes de Portugal, e talvez, até pudéssemos dizer, que
do mundo inteiro já muitos vêm a esta festa, que atualmente dura várias semanas.
No próximo artigo iremos falar da romaria do Senhor de
Matosinhos, do porquê de tanta gente vir a esta terra como peregrino, e de como esta imagem
de Senhor crucificado foi sempre, uma devoção das gentes que vivem da faina do
mar…
E ainda mais iremos falar do local onde foi encontrada a imagem do Senhor de Matosinhos que ainda hoje lá se pode ver e sentir onde todas estas lendas começaram ...
E ainda mais iremos falar do local onde foi encontrada a imagem do Senhor de Matosinhos que ainda hoje lá se pode ver e sentir onde todas estas lendas começaram ...
Bibliografia:
Pormenores das lendas e história do Senhor de Matosinhos consultados em:
As imagens são pinturas originais de Gráccio Caetano
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