À Laura, mulher forte, minha mãe
Suave força a desdobrar o horizonte
Fresca água de inesgotável fonte
A coragem da águia em defesa do seu ninho
Olhar firme, porta de carinho…
Após nove meses cuidando de invisível flor
Eis a mulher superando a sua dor
Pela ânsia em derreter-se ante novo ser
Ousa chama-lo filho antes mesmo deste nascer…
Este mistério incendia o universo
Faz nova era, destino inquieto…
Mãe, há angústia de possível retribuição
Ofereces alma, mente e coração…
Deus criou a mulher, fez-lhe dar a luz,
Fez dela, mãe, por uma divina razão!
Perpetuou nela, uma missão, pela cruz
Também nela, antecipa-se a ressurreição!
Ser mãe é ressuscitar a humanidade
viver a esperança por nove meses,
por vezes, nem tanto, é verdade,
pela cruz da gestação, gerar novos seres...
Nasce-se criança, nasce-se filho
Quando ao colo materno, acorda-se,
Ao peito materno, sente-se querido,
O futuro incerto, em tuas mãos, abraça-se!
Aprende-se, desde cedo a acreditar
Mesmo sem ver à frente, prosseguir,
Apesar da dor, amar e aceitar
Apesar do medo, vencer o que há de vir...
(Poema de Rosária Grácio)
Imagem da obra original de Rosária Vilela:
"Mãe"
Pintura óleo sobre tela
Ano: 1996
Coleção Particular
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