Arte com Alma

Os Pescadores




Um quadro retrata mais que uma imagem… retrata um sentimento…
Partilho convosco um pouco do que senti ao pintar o quadro “Os pescadores”

Cada imagem neste quadro deseja transmitir uma mensagem, a partir do que me levou a pintar em tela toda esta realidade ligada aos pescadores e a sua vida em alto-mar. Caro que neste quadro não está tudo desta realidade, porém, retive aqui um pouco desta dinâmica do ser humano com o mar e o seu fruto.

“Os Pescadores”
Técnica Mista sobre tela
Original de Gráccio Caetano


Lágrimas de Areia - A obra que pinta a solidão das cidades...



Quando pintei esta obra, estava a viver uma dualidade em minha vida. 

Durante a semana vivia numa grande cidade onde trabalhava. Nesta cidade, percebi que cada qual vivia a sua vida, vivendo-se anonimamente nas ruas. 

Ao fim de semana ia para uma vila mais pequena, onde meus pais tinham uma casa. Nesta pequena localidade sentia-me num ambiente próximo a todos os vizinhos e pessoas do local.

Durante quase dez anos vivi entre dois mundos, entre estas duas realidades tão ambíguas que certamente fazem parte da realidade de muitas pessoas.

Esta vivência me fez conceber um quadro  denominado “Lágrimas de Areia”, que nasceu de uma secura emocional muito forte e intensa. Em todo o quadro coloquei símbolos do que sentia e vivia neste tempo. Nada, neste quadro foi colocado por acaso.


Para começar, ao fundo os prédios revelam a cidade que me envolvia. Estes prédios amontoam-se na sua frieza, pelo que usei muitos tons cinzas e azuis, demonstrando a sua frieza emocional.


Ao centro uma figura central, humana, que não identifiquei se é homem ou mulher, exatamente porque o que o quadro retrata, refere-se a toda a universalidade humana.

Este ser central tem um véu arroxeado, quase que diria um manto fúnebre. Isto declara o que sente no seu interior, ou seja, o ser revela-se morto na sua individualidade. Para reforçar mais esta ideia, o seu corpo tem os mesmos tons dos prédios, os azuis e cinzas, o que mais demonstram a sua vontade de ficar igual ao ambiente que o rodeia, tornando-se quase invisível no meio dos prédios, um ser desprovido de personalidade própria.

Os olhos virados para cima representam a contínua esperança de que algo melhor aconteça. O rosto não revela qualquer expressão, porque nas cidades, cada qual, apesar de ter a sua vida e a sua emoção interior, não vale a pena  demonstra-la publicamente.


No lado esquerdo do quadro coloquei quatro objetos: um cálice com uma bebida, um vaso de porcelana, um lenço de seda e um relógio.

Os primeiros três objetos representam a riqueza, o status e a aparência de felicidade. Porém, o relógio representa a famosa frase: "Tempo é dinheiro." Na cidade, o tempo está friamente cronometrado, como por exemplo, o horário dos transportes públicos e os turnos laborais bem definidos, em que a falta de um funcionário ou atraso de um autocarro poderá causar transtornos sérios nos compromissos do dia a dia que cada qual tem.


O ser central encontra-se com uma mão assente na terra e a outra a deixar cair areia no chão. Esta areia que cai no chão representa a suas lágrimas, uma árida sensação de terra seca, de quem se agarra à terra (à sua realidade) e procura nela algo que já lá não está. 

Seus pés estão retorcidos para dentro dele próprio pois refletem a sua completa introspeção e individualismo. Quem vive na cidade gosta de manter a sua privacidade.


Aliás, há um completo deserto, entre o ser e a cidade que o rodeia. Este deserto emocional representa a aridez dos sentimentos do próprio ser, que apesar de viver rodeado de muita gente, mantém a sua distância, uma espécie de perímetro de segurança para continuar a demonstrar a sua superioridade e segurança inabalável.

Apesar desta sensação de solidão que a cidade oferece, ao mesmo tempo, são vários os motivos que favorecem as pessoas que optem por viver nos grandes centros urbanos. Para além de ser um local com mais recursos a nível de oportunidades profissionais e fácil empregabilidade, há livre e melhor acesso a bens mais diversificados, especialmente a nível de qualidade e preço.


Assim sendo, a cidade mima-nos com as suas oportunidades, e a própria individualidade permite maior liberdade a nível de expressão sem tanta recriminação social. Viver na grande cidade não é de todo, uma má opção. Por isso, a figura central não chora com verdadeiras lágrimas, antes contenta-se em exibir estas lágrimas a partir do pó que está a seus pés.


Este quadro expressa, antes de mais, uma realidade que a cidade encobre por detrás de toda a felicidade que promete em suas construções de pedra. 

Valerá a pena referir que também na cidade encontramos um ambiente de amizade e proximidade. Particularmente, também conheci verdadeiros amigos enquanto vivi nas cidades por onde passei. Porém, infelizmente, a vida diária numa movimentada cidade não permite que a maioria dessas relações perdure por muito tempo devido às alterações rápidas que ali acontecem. Basta uma mudança de emprego ou de casa, para os laços serem quebrados. Ciclos começam e acabam para dar lugar a novos laços sociais todos os dias.


Estes ciclos de mudança atingem o quadro em três dimensões dentro de três círculos. O primeiro círculo abrange o ser ao centro que indica a individualidade de cada um e a sua própria história. O segundo círculo refere-se ao muro que rodeia o ser, encobrindo-o no seu interior, defendendo-o do exterior de pedra que representa o motivo pelo qual o ser se encontra na cidade,  por exemplo um emprego, uma relação pessoal com outra pessoa ou um interesse comercial. O último círculo representa a própria cidade que acolhe este ser. Estes três círculos, de dentro para fora, expandem-se a partir da própria pessoa, mesmo que esta permaneça anónima.

Para terminar deixo-vos com o poema desta obra, que brevemente irá ser publicado em filme no youtube.

Até o próximo artigo da Arte com Alma de 
Gráccio Caetano!
(Rosária Grácio)




Lágrimas de Areia
Óleo sob tela
100cm X 150cm
               
Poema da Obra:

Brinda-se a esta felicidade desmedida,
Luxo, dinheiro, posição social…
E chora-se nesta solidão escondida
nesta solidão humana, permitida…
Não falo da solidão vazia de um só ser
entre as paredes e o medo de estar só…
Falo antes da amarga solidão
Que entra na alma e tanto me dói.
A solidão entre os muros de pedra,
entre os milhões que me conhecem,
que nas redes sociais me escrevem
sem nunca se interessarem pelo que vivo
pelo que sinto ou pelo que realmente sou…
(Poema de autoria de Rosária Grácio)

Conheça mais sobre a obra de Gráccio Caetano Atelier no seu site:


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"Génesis" - Uma obra que comunica para além do tempo e do espaço ...



Génesis 
50 cm X 40 cm
Tinta Acrílica sobre Tela
Original de Rosária Vilela

Ano 2003

Pintar não é uma questão de apenas técnica ou enquadrar-se no que fica bem com aquela parede ou aquela mobília. 

A verdadeira obra de arte nasce de um sentimento, uma ideia íntima e pessoal do artista, e depois de fisicamente feita, é capaz de comunicar com os outros para além das concepções do artista. 

Quando pintei esta tela "Génesis", foi com base numa ideia única e pessoal. 

Mas para além da minha própria ideia, esta tela é capaz de comunicar-se com quem a vê, pois na verdade ela mesmo fixa quem a vê e logo a comunicação começa a acontecer...

(A Autora Rosária Vilela Grácio)


Esta tela faz parte do tema "Interrogações" no site de Gráccio Caetano. Para ver mais obras sobre este tema, clica no link abaixo e acessa o site 



Pintura do retrato de João Baião com a sua querida Mokita



No dia 14 de agosto de 2017 a autora Rosária Grácio esteve com os apresentadores João Baião e a Rita Ferro Rodrigues no Programa "Juntos à tarde" na SIC a falar do seu livro "Bia por um triz".



Estes dois apresentadores têm um grande amor pelos animais e por isso vamos dedicar este e o próximo artigos a fazer o retrato deles ao lado dos seus animais de estimação.

Vamos começar com João Baião. 



Pintar um retrato é pintar a personalidade de alguém!



Usamos a técnica mista sobre papel na pintura deste retrato. Esta técnica foi a utilizada na pintura das ilustrações do livro "Bia por um Triz".




O apresentador João Baião tem grande energia positiva. O sorriso e o abraço caloroso enche o ambiente que o rodeia com grande sensação de alegria.





Também é conhecido do público, o grande amor de João Baião pelos animais. Recentemente, a sua querida Mokita foi apresentada nas redes sociais e nota-se a grande alegria e o carinho entre os dois.




A amizade dos animais nota-se no seu olhar e na sua interação com os seus tutores.




A vivacidade nota-se na pintura deste retrato com o uso de cores quentes abrandadas com a tranquilidade dos azuis que irão emoldurar este retrato.





Aos poucos, o retrato transparece esta vida que é preciso haver na pintura de um retrato.





Os detalhes vão sendo desenhados e recolocados, pois a fisionomia de uma pessoa ou de um animal são sempre únicos e pessoais.





A pintura usa dos materiais utilizados para ficar mais translúcida sobre o papel. A partir do lápis de cor aquarelável, a água transforma a cor por meio de pinceladas enérgicas e rápidas. 






As expressões do rosto vão sendo pintadas em  várias fases para revelar as sensações e os sentimentos do retratado.





Nesta fase de finalização a pintura com pastel complementa e entrelaça os tons das cores. 





Assim terminamos o retrato de João Baião com a sua querida Mokita.



Brevemente, também pintaremos Rita Ferro Rodrigues!

Até o próximo artigo!


Se desejar encomendar a pintura de um retrato, contacte-nos!
912193988 
gracio.vilela.caetano@gmail.com

Conheça mais a Arte Gráccio Caetano no site

www.gracciocaetano.com

Antologia de Poesia "Entre o Sono e o Sonho", Volume 8, 2017



Rosária Grácio, integrante do Gráccio Caetano Atelier e autora do livro "Bia por um triz" teve um dos seus poemas seleccionado para fazer parte da Antologia de Poesia "Entre o Sono e o Sonho" - Volume 8- 2017 da Chiado Editora.

Convido a todos para estarem presentes no dia 30 de setembro às 14:30hs no Teatro Tivoli em lisboa.

Os carregadores de cestos na vindima - Vídeo da obra e poema




Os carregadores de cestos nas vindimas
64 cm X 53cm
Óleo sob tela com moldura em madeira dupla
Ano: 1997

A força humana deste carregar
Lento por entre os bardos,
É duro trabalho, mas digno.
Humano suor de intenso ansiar
Banha a terra no erguer dos cestos
Com o levar dos frutos pequeninos, 
doirados e negros, tão doces enlevos …

Poema de Rosária Grácio
Obra original de Rosária Vilela 
Gráccio Caetano Atelier


Conheça a obra de Gráccio Caetano Atelier em

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História da criação da obra "Musa do Douro"




Musa do Douro
118 cm X 90cm
Óleo sobre tela com moldura dupla
Ano 1994
Original de Rosária Vilela
Gráccio Caetano Atelier


A partir do ano de 1991, comecei a fazer exposições de pintura pelo Norte de Portugal. Durante estas viagens, tive a oportunidade de conhecer não só as paisagens maravilhosas do Douro e de Trás-os-Montes como também as suas tradições e formas de ver e viver o dia a dia a partir de cada terra, todas especiais e únicas.


Durante as exposições de pintura, deixava sempre um tempo para conhecer mais e mais cada terra que visitava.


Nas terras transmontanas, gostava muito de ouvir as histórias que se partilhavam nos convívios que aconteciam durante as exposições.


Desde as primeiras exposições, que pelos vários lugares que visitava, tirava fotos e a partir das experiências partilhadas, comecei a fazer desenhos, pinturas e  com estes, alguns poemas que traduziam tudo o que sentia e via sobre a riqueza da terra transmontana. 


Especialmente na terra dos meus pais - Sanfins do Douro - onde também realizei várias exposições de pintura, ainda mais ouvia as histórias dos meus familiares e amigos que mais livremente falavam do que é viver da vinha, esta luta árdua e por vezes, incerta.

Foi numa dessas conversas que ouvi um agricultor falar do quanto cada videira representava na cultura da vinha. E cuidar de cada videira com tanto carinho como que se de uma mulher se tratasse.



E assim fui concebendo  a Musa do Douro, em que um rosto de mulher emerge de uma videira como que sentada e bem acomodada entre as suas folhas.



A mulher olha para o céu, e dela pendem três cachos. O cacho central ainda verde é apenas o início da esperança que antecede cada vindima.




Para cada um dos lados, um cacho de uvas branco e outro de tinto, pois ambos fazem parte, cada qual, com a sua casta, seu sabor e força do que pode gerar uma videira.



Assim nasce "Musa do Douro", uma obra pintada com tinta óleo sobre tela com o seu respectivo poema que revela um pouco da criação desta obra:


Musa do Douro

Pensei ser uma mulher,
A paixão do agricultor,
Quase a musa dos antigos gregos
Só que envolta com a realidade
Rude do dia-a-dia do campo…

Esta silenciosa veneração
Por tenro e frágil ser,
Quase paixão,
Tão correspondida quanto vindimada…

Esta dama agarra à terra,
Homens vigorosos,
 Famílias inteiras ao trabalho árduo,
Suores sagrados
Que a chuva lava…
Esta dama colore o Douro,
Leva consigo o nome,
A razão deste povo transmontano.

Deixai que esta dama cubra o Douro!
Não lhes tires o nome, ó vales transmontanos!
Pela vindima, grita aos ventos,
Que és a musa do vinhateiro
Mãe deste verde ouro
Cujo o vinho apaixona o mundo inteiro…
(Poema de autoria de Rosária Grácio)

Veja o filme desta obra e respetivo poema em
Musa do Douro - Obra e poema de autoria de Rosária Vilela Grácio

Para mais informações, contacte-nos!
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gracio.vilela.caetano@gmail.com

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Musa do Douro - Vídeo e Poema da obra




Musa do Douro
118 cm X 90cm
Óleo sobre tela com moldura dupla
Obra original de Rosária Vilela
Gráccio Caetano Atelier

Ano 1994



Este quadro foi concebido após várias conversas informais da autora com alguns vinhateiros que partilharam, com orgulho, que a videira deve ser cuidada com muito carinho da mesma maneira como se deve cuidar de uma mulher que se ama.


Poema da obra:

Musa do Douro

Pensei ser uma mulher,
A paixão do agricultor,
Quase a musa dos antigos gregos
Só que envolta com a realidade
Rude do dia-a-dia do campo…

Esta silenciosa veneração
Por tenro e frágil ser,
Quase paixão,
Tão correspondida quanto vindimada…

Esta dama agarra à terra,
Homens vigorosos,
 Famílias inteiras ao trabalho árduo,
Suores sagrados
Que a chuva lava…
Esta dama colore o Douro,
Leva consigo o nome,
A razão deste povo transmontano.

Deixai que esta dama cubra o Douro!
Não lhes tires o nome, ó vales transmontanos!
Pela vindima, grita aos ventos,
Que és a musa do vinhateiro
Mãe deste verde ouro
Cujo o vinho apaixona o mundo inteiro…

(Poema de Rosária Grácio)



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